Primeiramente, por uma questão ética, vou deixar bem clara
uma informação: Sou PTista. Voto 13. Votei e votarei na Dilma.
Segundamente, vou deixar também bem clara uma opinião: Não
me importo se você vai votar na Dilma ou no Aécio. Sério, de verdade, e isso
deveria ser óbvio. Estamos em uma democracia e é para isso que ela serve, para
a pluralidade de opiniões e ideologias partidárias. Porém, essa obviedade não é
tão evidente assim.
Portanto, faço uma pergunta simples: O que diabos está
acontecendo nessas eleições presidenciais de 2014?
Explico o motivo da minha simples pergunta. Certo dia, mais
especificamente no dia 18 de agosto, ainda antes do primeiro turno, eu “saí do
armário” e assumi meu voto na Dilma. Como? Apenas mudei minha foto de perfil do
Facebook e coloquei uma que tinha no rodapé “Dilma 13”. Pensei que estava
fazendo o equivalente ao que meu pai fez quando eu era criança, quando ele
adesivou o carro com um “Lula 13”. Ele tornou pública a sua posição política,
assim como eu. E eu, de forma ingênua, pensei que as reações a isso seriam
nulas, inexistentes. Afinal, ninguém incendiou o carro do meu pai, ou
arrebentou os vidros. Porém, no meu
caso, as reações foram imediatas. Recebi dezenas (sim, dezenas!) de mensagens
inbox de pessoas que eu nem conheço pessoalmente, “questionando” meu voto (e
acredite, tudo isso é ctrl V do meu inbox).
- Cara, eh sério que vc vai votar na Dilma?
- Vc vai votar na Dilma? Estou te excluindo.
- Se você vai votar no PT, você concorda com a corrupção. Canalha!
- Sério isso? E o mensalão?
- Vc vai votar na Dilma? Estou te excluindo.
- Se você vai votar no PT, você concorda com a corrupção. Canalha!
- Sério isso? E o mensalão?
Isso dentre dezenas de outras mensagens que recebi.
Dependendo do meu humor e tempo livre, eu cheguei a responder e a “discutir” com
essas pessoas. Desisti. Mas desisti, não por não ter argumentos, mas porque
percebi que a enorme maioria desses que me criticaram é que não tinham
argumentos. Ou melhor, tinham sim “argumentos”. E eu sempre repeti a mesma
pergunta: “Tá, mas em quem você vai votar e qual o motivo?” (e novamente, ctrl
V).
- Vou votar na Marina pq quero o PT fora do poder.
- Vou votar no Aécio, por que quero o governo corruPTo fora!
- Vou de Eduardo Jorge porque ele eh o mais coerente dos candidatos e não eh corrupto.
- E se ao invés de votar na Dilma, vc não com ela pra Cuba, junto com essa corja do PT?
- Vou votar no Aécio, por que quero o governo corruPTo fora!
- Vou de Eduardo Jorge porque ele eh o mais coerente dos candidatos e não eh corrupto.
- E se ao invés de votar na Dilma, vc não com ela pra Cuba, junto com essa corja do PT?
Até aí, tudo bem. Afinal, apesar de serem pessoas presentes
na minha lista de ‘amigos’ do Facebook, eram desconhecidos. E todos repetiam o
mesmo argumento: Fora PT. Mas ignorei, porque né, não sou obrigado. Porém, o
problema foi quando a coisa atingiu um nível pessoal, de amigos meus, realmente
de convivência, me “criticarem”. E aí a coisa ficou séria e pessoal.
E novamente me sinto obrigado a repetir: Não me importo se
você vai votar na Dilma ou no Aécio. Cada um tem os seus motivos para votar
nela ou nele. Posso concordar ou discordar? Posso e devo, é meu direito e minha
obrigação! Porém, enquanto cidadão brasileiro, concordando ou discordando, eu
preciso ter, em primeiro lugar, uma coisa chamada Respeito.
E foi justamente pela falta dessa palavra que surgiu esse
meu desabafo na forma de post.
Sim, eu me orgulho de nunca, NUNCA ter menosprezado quem
quer que tenha tido uma opinião política diferente e/ou contrária à minha.
Nunca. E aí repito novamente a pergunta: O que diabos está acontecendo nessas
eleições presidenciais de 2014?
Porque nessas eleições, amigos meus, ao invés de discutirem
política comigo como forma de crescimento democrático e de opiniões, apenas me “criticaram”.
E deixei a palavra entre aspas duas vezes nesse texto, porque para eles “crítica”
significa “ataque” e “menosprezo”.
Tendo como exemplo, primeiramente fui chamado de “burro”
porque sou PTista. Ok, primeira ofensa gratuita, já que nunca menosprezei quem
é oposição. Não contente e tentando justificar o injustificável, essa mesma
pessoa me acusou de sofrer de “cegueira seletiva” por votar no PT. Portanto, 43.267.668
de pessoas nesse país também são burros e sofrem de cegueira seletiva, como eu.
O que é ótimo! Já que esses cegos seletivos e burros são muito mais dos que os 34.897.211
que votaram no candidato da oposição.
A ironia das ironias é: Meses antes, com essa mesma pessoa
eu tive a melhor discussão política. Argumentamos, concordamos, discordamos,
aprendemos e nos respeitamos. E de repente...
Mas finalizando todo esse raciocínio, o que eu queria
entender é algo simples: Desde quando a eleição se tornou futebol?
Porque foi isso que a eleição se tornou. Você torce/vota
para o adversário? Morra, vá pra Cuba, e leve a corja junto.
Porém, um detalhe: Eu nunca vi gente que vai votar na Dilma
sendo agressivo assim. Já os que vão votar no Aécio. Enfim... Miami está logo
ali.
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